Breve História da Choque Cultural

Baixo Ribeiro

Os idealizadores do Projeto Choque Cultural são profundos conhecedores do mercado de arte no Brasil, do público jovem e toda a cultura pop que os envolve. Mariana Martins, arquiteta, filha do pintor Aldemir Martins, herdou o gosto pela arte que emociona e não precisa de muitas explicações para ser entendida. Baixo Ribeiro, profissional de moda, especializou-se em skate, rock, graffiti e outros assuntos juvenis. Eduardo Saretta, historiador, incentivador da street art, leciona técnicas de impressão.
Primeiro montaram a Editora Choque Cultural, com edições limitadas, numeradas e assinadas de posters, livros, stickers, brinquedos e outros objetos. Esses múltiplos de baixo custo têm estimulado o público a colecionar seus artistas preferidos e entender melhor o que acontece nas ruas de São Paulo e outras cidades.
Depois veio a Galeria Choque Cultural. As primeiras exposições coletivas, como a Calaveras, a Catalixo e a Erótica contribuíram para determinar o estilo marcante da casa. As paredes sempre pintadas, os preços ao lado das obras e um atendimento pessoal, formam um ambiente ao mesmo tempo acolhedor e estimulante, nada convencional ou bem comportado.
Seguindo seu próprio caminho, a Choque apresentou várias exposições individuais, lançando artistas com grande sucesso de crítica, público e mídia. Seu estilo atraiu muitos admiradores e abriu de fato uma nova frente de negócios envolvendo a arte feita por jovens e para jovens. Em dois anos de existência a Choque tornou-se a principal referência quando o assunto é arte underground, vanguarda, graffiti, tattoo, cultura pop, street art, arte urbana, low brow etc.
Além do pioneirismo, a Choque mostrou-se também arrojada ao jogar-se em projetos polêmicos e instigantes, como a ‘troca de galerias’ com a renomada galeria Fortes Vilaça.

. Choque Cultural na Fortes Vilaça e Fortes Vilaça na Choque Cultural. Março de 2006

A repercussão positiva da troca de galerias com a Fortes Vilaça e o interesse crescente pelos assuntos abordados pela Choque, estimularam o desenvolvimento de novos projetos, que ampliam a área de atuação para muito além dos domínios da Galeria. Através de parcerias com museus e outras galerias, a Choque começou a explorar o "circuito oficial das artes plásticas" e mostrar que , em arte, subversão é fundamental.
Duas instituições abriram os braços para a nova arte, surgida em São Paulo: O Museu Afro Brasil, capitaneado por Emanoel Araújo e o Memorial da América Latina, sob a responsabilidadede Adriana Beretta. Duas grandes exposições realizadas quase simultaneamenta no final de 2006, deixaram um saldo impressionante de público. E a crítica especializada passou a observar com mais cuidado os novos talentos.

. Território Ocupado , Museu Afro-Brasil, Ibirapuera, Outubro 2006, no circuito off Bienal.
. Graffiti-o Novo Muralismo Latino-Americano, Memorial da América-Latina, Barra Funda, Novembro 2006.

Em fevereiro de 2007 uma grande exposição levou oito artistas para Nova York. Essa coletiva foi o primeiro passo da associação da Galeria Choque Cultural à Jonathan LeVine Gallery. Foi enorme o sucesso de público e a crítica elogiou muito a energia e qualidade da exposição. Entre as muitas manifestações positivas, está a do New York Times em matéria de destaque em seu caderno de artes.

. Ruas de São Paulo, a Survey of Brazilian Street Art from São Paulo. Presented in association with Choque Cultural Gallery. Artists Included: Boleta, Fefê, Highraff, Kboco, Onesto, Speto, Titi Freak, and ZezãoFeb 17 thru Mar 17, 2007

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